É MUITO PERIGOSO FICAR LENDO UM ÚNICO LIVRO

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Eu mostrei num artigo os erros de português e de latim do professor Luiz Geraldo Fonseca e Guerra, o mestre que lá no Recife se acha realmente numa posição superior, pois ele mora no alto do Mandu, o seu Olimpo, lugar de onde lança raios como um Júpiter pernambucano. Gosto muito do Recife e dos recifenses, dos nomes antigos dos seus becos e de suas ruas: Beco da Luxúria, Beco do Cirigado, Rua do Fogo, Rua do Peixe Frito, Rua dos Sete Peados Mortais… São lindos o Teatro Santa Isabel, os sobrados do Cais Martins de Barros, os rios Capibaribe, Beberibe e Jaboatão. E as frutas da capital de Pernambuco? O sabor afrodisíaco da manga, da mangaba, do caju, do sapoti, do abacaxi, do tamarindo! Pois é, gosto tanto do Recife e dos recifenses, que chego até a gostar do professor Guerra!

Mas voltemos ao nosso assunto. Apreciem uma confissão desse professor:

“…sou homem de um único livro.”

Isto significa que o trovejante pedagogo do Alto do Mandu só lê um livro, como ele declarou: um exemplar de uma edição, de 1966, do Pequeno dicionário brasileiro da língua portuguesa, do Aurélio Buarque de Holanda. E incoerente, o professor Guerra é admirador da seguinte frase:

“Timeo hominem unius libri”

(“Temo o homem de um só livro”)

Salienta Renzo Tosi, no Dizionario delle sentenze latine e greche, lançado em Milão no ano de 1991, pelo Editora Rizzoli: esta máxima de origem desconhecida, é atribuída a Santo Tomás de Aquino e serve “para ridicularizar a pessoa que, tendo uma única leitura, pretende conhecer a fundo determinado assunto, ensiná-lo e dissertar sobre ele”. Aliás, Renzo Tosi citou três variantes da máxima. Uma é em italiano:

“Dio mi guardi da chi studia un libro solo”

(“Deus me proteja de quem estuda num só livro”)

Renzo alude à “troça que se faz do padre que só reza missa se tiver o missal diante de si”. Ora, o professor Luiz Geraldo se orgulha de ser “homem de um único livro”… Professor, meu angélico professor, isto é perigoso para a sua pessoa, é perigo-síssimo! É tão perigoso como só comer, todos os dias, uma salada de alfaces e de pepinos. Veja, professor, assim como o nosso organismo precisa de alimentos mais substanciosos, ricos em proteínas, vitaminas e sais minerais, o nosso cérebro, o nosso espírito, a nossa cultura, também não podem ser nutridos apenas com um só livro. Percorrer o texto de um só livro, ao longo da vida, é o mesmo que limitar a visão da nossa mente. É a miopia do intelecto, mas sem óculos…

Os nazistas só liam um livro, o Mein Kampf (“Minha Luta”) de Adolf Hitler, e dessa obra repleta de ódio louco, selvagem, nasceu a fúria monstruosa dos fanáticos seguidores do Führer do Terceiro Reich contra a democracia representativa, os direitos humanos, a liberdade de imprensa, de expressão e de religião, o sadismo contra as raças, que eles chamavam de “inferiores”, dos judeus, ciganos, eslavos, índios e negros.

Lamentou o escritor e poeta inglês Georg Herbert (1593-1633) nas sua obra Jacula Prudentum:

(“ai de quem não lê mais que um livro!”)

(“Woe to him that reads but one book”)

Ficar a vida inteira lendo um único livro é como só conseguir ver uma árvore, ao penetrar em esplêndida e imensa floresta tropical.

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Eu mostrei num artigo os erros de português e de latim do professor Luiz Geraldo Fonseca e Guerra, o mestre que lá no Recife se acha realmente numa posição superior, pois ele mora no alto do Mandu, o seu Olimpo, lugar de onde lança raios como um Júpiter pernambucano. Gosto muito do Recife e dos recifenses, dos nomes antigos dos seus becos e de suas ruas: Beco da Luxúria, Beco do Cirigado, Rua do Fogo, Rua do Peixe Frito, Rua dos Sete Peados Mortais… São lindos o Teatro Santa Isabel, os sobrados do Cais Martins de Barros, os rios Capibaribe, Beberibe e Jaboatão. E as frutas da capital de Pernambuco? O sabor afrodisíaco da manga, da mangaba, do caju, do sapoti, do abacaxi, do tamarindo! Pois é, gosto tanto do Recife e dos recifenses, que chego até a gostar do professor Guerra!

Mas voltemos ao nosso assunto. Apreciem uma confissão desse professor:

“…sou homem de um único livro.”

Isto significa que o trovejante pedagogo do Alto do Mandu só lê um livro, como ele declarou: um exemplar de uma edição, de 1966, do Pequeno dicionário brasileiro da língua portuguesa, do Aurélio Buarque de Holanda. E incoerente, o professor Guerra é admirador da seguinte frase:

“Timeo hominem unius libri”

(“Temo o homem de um só livro”)

Salienta Renzo Tosi, no Dizionario delle sentenze latine e greche, lançado em Milão no ano de 1991, pelo Editora Rizzoli: esta máxima de origem desconhecida, é atribuída a Santo Tomás de Aquino e serve “para ridicularizar a pessoa que, tendo uma única leitura, pretende conhecer a fundo determinado assunto, ensiná-lo e dissertar sobre ele”. Aliás, Renzo Tosi citou três variantes da máxima. Uma é em italiano:

“Dio mi guardi da chi studia un libro solo”

(“Deus me proteja de quem estuda num só livro”)

Renzo alude à “troça que se faz do padre que só reza missa se tiver o missal diante de si”. Ora, o professor Luiz Geraldo se orgulha de ser “homem de um único livro”… Professor, meu angélico professor, isto é perigoso para a sua pessoa, é perigo-síssimo! É tão perigoso como só comer, todos os dias, uma salada de alfaces e de pepinos. Veja, professor, assim como o nosso organismo precisa de alimentos mais substanciosos, ricos em proteínas, vitaminas e sais minerais, o nosso cérebro, o nosso espírito, a nossa cultura, também não podem ser nutridos apenas com um só livro. Percorrer o texto de um só livro, ao longo da vida, é o mesmo que limitar a visão da nossa mente. É a miopia do intelecto, mas sem óculos…

Os nazistas só liam um livro, o Mein Kampf (“Minha Luta”) de Adolf Hitler, e dessa obra repleta de ódio louco, selvagem, nasceu a fúria monstruosa dos fanáticos seguidores do Führer do Terceiro Reich contra a democracia representativa, os direitos humanos, a liberdade de imprensa, de expressão e de religião, o sadismo contra as raças, que eles chamavam de “inferiores”, dos judeus, ciganos, eslavos, índios e negros.

Lamentou o escritor e poeta inglês Georg Herbert (1593-1633) nas sua obra Jacula Prudentum:

(“ai de quem não lê mais que um livro!”)

(“Woe to him that reads but one book”)

Ficar a vida inteira lendo um único livro é como só conseguir ver uma árvore, ao penetrar em esplêndida e imensa floresta tropical.

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